O CTO também deve ser o CPO?

Não olhe para o ciclo de vida do produto: olhe para o ciclo de vida do mercado.
Philip Kotler
Uma nova posição executiva tem ganhado espaço nas organizações, principalmente em empresas de tecnologia. Trata-se do CPO (Chief Product Officer), também conhecido como Head de produtos. Ele é o responsável por alinhar a estratégia de produtos de uma organização com a estratégia do negócio. Ele comanda ações relacionadas a diversos temas, incluindo visão do produto, inovação (não confundir com criatividade), design, desenvolvimento e fundamentos de marketing. Ele é o principal interessado na experiência do cliente durante toda a cadeia geradora de valor.
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CPO é um cargo familiar para você?x

Em empresas onde essa posição é bem implementada, o CPO trabalha em complementaridade com o CMO, que é responsável pelo marketing, e com o CTO que, como sabemos, é responsável pela engenharia para desenvolvimento de produtos tecnológicos.

Falando estritamente sobre a relação do CPO com o CTO, o primeiro é mais focado em interações externas e garantir o engajamento com partes interessadas. Para isso, busca, constantemente, feedback que ajude a ter produtos que maximizem os resultados para o negócio. O CTO, por outro lado, tem como responsabilidade primária garantir que exista um ecossistema que favoreça o desenvolvimento de ótimos produtos, sem definir exatamente que produtos são esses.
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Afirmo com alguma frequência que é relativamente fácil desenvolver produtos bons e negócios ruins. O CPO é responsável por equilibrar essa equação, garantindo que não apenas bons produtos sejam desenvolvidos, mas, sim, negócios sustentáveis. 

Em startups, com frequência, as atribuições do CPO são assumidas pelo CEO, caso esse seja o “visionário”.  Entretanto, na medida em que a empresa cresce e as demandas para o pensamento estratégico mais amplo se tornam latentes, geralmente falta tempo e foco ao CEO para poder pensar, com a dedicação necessária, na composição do mix de produtos.

Também não é raro que o CTO, principalmente em empresas nativamente digitais e com ofertas de produtos tecnológicos, assuma as atribuições do CPO, principalmente em organizações com uma única oferta (ou com ofertas complementares). A posição resultante seria algo como CTPO (Chief of Technology and Product Officer) ou CPTO – claramente delineando onde está a ênfase.
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O que tem visto mais: CTPO ou CPTO?x

O problema, para o CTO acumulando as funções de CPO, é a divisão de esforço entre processos de engenharia, que são, por definição, sua responsabilidade primária, e outros processos diversos. A consequência mais comum é o acirramento de embates com outras áreas do negócio, sobretudo para determinar quando um produto está pronto para ser uma oferta viável. Afinal, é comum que o CTO considere que produto pronto é aquele implementado e testado, enquanto aspectos como promoção, suporte e, inclusive, obrigações fiscais, ficam relegadas a segundo plano.

A principal diretriz para determinar a necessidade de um CPO é a forma de crescimento do negócio e, consequentemente, o aumento da complexidade do portfólio. Quanto mais complexo, maior a necessidade de um especialista.

Em empresas que estão “crescendo por aquisições”, a ausência de um CPO “de carteira” geralmente leva a desgastes e desperdícios. Nessas iniciativas, não é raro que as sinergias comerciais sejam aproveitadas antes mesmo das técnicas. Nesse caso, um CPTO/CTPO acaba deslocado e, geralmente, ineficaz.
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Tanto o CPO quanto o CTO compartilham os mesmos objetivos que a maioria dos executivos em C-Level possuem: desenvolver e entregar os melhores resultados possíveis para os clientes e para a companhia. São funções complementares, mas diferentes. Podem ser acumuladas, sim. Entretanto, no longo prazo, o mais sustentável é manter “cada um no seu quadrado”.

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Daniel Polistchuck
Daniel Polistchuck
3 anos atrás

Acho que vale complementar as responsabilidades do CPO com as de ser responsável pelo P&L do(s) produto(s) e, por isso, – diretamente ou com uma equipe de Ux Designers, PMs e analistas – garantir a experiência e funil de conversão.

Na relação entre CTOs e CPOs, também seria interessante citar que as responsabilidades sobre o produto são complementares (plataforma x Cliente) e, muitas vezes, amalgamadas (produto “bug free” para garantir o funil)

Juliemar Berri
Juliemar Berri
3 anos atrás
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Sim, tenho visto este movimento acontecendo no Mercado

Carlos Mattos
Carlos Mattos
3 anos atrás
Feedback no conteúdo deste capítulo Também não é raro que o CTO, principalmente em empresas nativamente digitais e com ofertas de produtos tecnológicos, assuma as…" Ler mais »

Tenho visto com maior frequencia o CTPO, o CTO acumulando o papel de CPO,. Excecoes observadas em processos de M&A onde uma empresa de servicos adquire uma empresa de produto, onde normalmente o CPO já está consolidado, e segue realizando seu papel na nova empresa após a fusao.

Carlos Mattos
Carlos Mattos
3 anos atrás
Feedback no conteúdo deste capítulo Em empresas que estão "crescendo por aquisições", a ausência de um CPO "de carteira" geralmente leva a desgastes e desperdícios.…" Ler mais »

Tive oportunidade de participar de um cenário onde adquirimos uma empresa de produto para diversificar nosso portfolio. A empresa adquirida já contava com um CPO, e após o processo de fusao, o CPO continuou desempenhando seu papel, evitando o conflito com as responsabilidades do CTO. Mas, concordo que há muitos processos de M&A onde os papéis normalmente sao atribuídos ao mesmo profissional produzindo um resultado invariavelmente abaixo das expectativas.

ElemarJúnior

Fundador e CEO da EximiaCo, atua como tech trusted advisor ajudando diversas empresas a gerar mais resultados através da tecnologia.

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