Em empresas onde essa posição é bem implementada, o CPO trabalha em complementaridade com o CMO, que é responsável pelo marketing, e com o CTO que, como sabemos, é responsável pela engenharia para desenvolvimento de produtos tecnológicos.
Afirmo com alguma frequência que é relativamente fácil desenvolver produtos bons e negócios ruins. O CPO é responsável por equilibrar essa equação, garantindo que não apenas bons produtos sejam desenvolvidos, mas, sim, negócios sustentáveis.
Em startups, com frequência, as atribuições do CPO são assumidas pelo CEO, caso esse seja o “visionário”. Entretanto, na medida em que a empresa cresce e as demandas para o pensamento estratégico mais amplo se tornam latentes, geralmente falta tempo e foco ao CEO para poder pensar, com a dedicação necessária, na composição do mix de produtos.
O problema, para o CTO acumulando as funções de CPO, é a divisão de esforço entre processos de engenharia, que são, por definição, sua responsabilidade primária, e outros processos diversos. A consequência mais comum é o acirramento de embates com outras áreas do negócio, sobretudo para determinar quando um produto está pronto para ser uma oferta viável. Afinal, é comum que o CTO considere que produto pronto é aquele implementado e testado, enquanto aspectos como promoção, suporte e, inclusive, obrigações fiscais, ficam relegadas a segundo plano.
A principal diretriz para determinar a necessidade de um CPO é a forma de crescimento do negócio e, consequentemente, o aumento da complexidade do portfólio. Quanto mais complexo, maior a necessidade de um especialista.
Tanto o CPO quanto o CTO compartilham os mesmos objetivos que a maioria dos executivos em C-Level possuem: desenvolver e entregar os melhores resultados possíveis para os clientes e para a companhia. São funções complementares, mas diferentes. Podem ser acumuladas, sim. Entretanto, no longo prazo, o mais sustentável é manter “cada um no seu quadrado”.
Acho que vale complementar as responsabilidades do CPO com as de ser responsável pelo P&L do(s) produto(s) e, por isso, – diretamente ou com uma equipe de Ux Designers, PMs e analistas – garantir a experiência e funil de conversão.
Na relação entre CTOs e CPOs, também seria interessante citar que as responsabilidades sobre o produto são complementares (plataforma x Cliente) e, muitas vezes, amalgamadas (produto “bug free” para garantir o funil)
Sim, tenho visto este movimento acontecendo no Mercado
Tenho visto com maior frequencia o CTPO, o CTO acumulando o papel de CPO,. Excecoes observadas em processos de M&A onde uma empresa de servicos adquire uma empresa de produto, onde normalmente o CPO já está consolidado, e segue realizando seu papel na nova empresa após a fusao.
Tive oportunidade de participar de um cenário onde adquirimos uma empresa de produto para diversificar nosso portfolio. A empresa adquirida já contava com um CPO, e após o processo de fusao, o CPO continuou desempenhando seu papel, evitando o conflito com as responsabilidades do CTO. Mas, concordo que há muitos processos de M&A onde os papéis normalmente sao atribuídos ao mesmo profissional produzindo um resultado invariavelmente abaixo das expectativas.